Costa anuncia reforço da cooperação UE-CELAC na segurança e combate ao tráfico de droga

O presidente do Conselho Europeu anunciou o reforço da cooperação em matéria de segurança e luta contra o crime organizado, incluindo o tráfico de drogas, entre a União Europeia e a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC).

Lusa /
John Thys - AFP

Na conferência final da 4ª cimeira UE-CELAC, que decorreu no domingo em Santa Marta (Colômbia), António Costa considerou que o encontro "cumpriu os objetivos de avançar e consolidar a relação birregional".

"Comprometemo-nos a reforçar a nossa cooperação em vários âmbitos, em particular, a segurança, a saúde e a luta contra o crime organizado e o narcotráfico, através da cooperação policial e judicial e sempre, sempre, em respeito da legalidade internacional", sublinhou.

Além da declaração conjunta com mais de 50 pontos, o presidente do Conselho Europeu destacou que foram acordadas duas declarações adicionais separadas.

"Primeiro, uma aliança para a segurança cidadã, que vai fortalecer a cooperação entre a União Europeia, a América Latina e as Caraíbas, em matéria de segurança e luta contra a delinquência organizada, incluindo o tráfico de drogas", afirmou.

Costa designou a segunda declaração adicional como um "Pacto para os Cuidados", que se destina a facilitar intercâmbios sobre avanços e boas práticas na economia do cuidado, setor que engloba atividades como trabalho doméstico, apoios na saúde, educação e assistência a crianças e idosos, por exemplo.

O encontro decorreu num contexto de tensões diplomáticas entre Bogotá e Washington depois de os Estados Unidos terem aplicado sanções ao Presidente Gustavo Petro e o terem acusado de colaborar com o narcotráfico.

Os Estados Unidos dizem já ter afundado 17 embarcações nas águas das Caraíbas e Pacífico, alegadamente envolvidas em tráfico de droga, causando mais de 60 mortes, enquanto países como a Colômbia e a Venezuela classificam estes ataques norte-americanos como assassinatos e execuções extrajudiciais.

Na declaração conjunta não existe qualquer referência direta aos Estados Unidos ou à Venezuela, mas reclama-se "o pleno cumprimento do direito internacional" na luta contra o narcotráfico.

A 4.ª cimeira UE-CELAC ficou marcada por várias ausências, como da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, do chanceler alemão, Friedrich Merz, ou do Presidente francês, Emmanuel Macron.

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